terça-feira, 28 de agosto de 2007

7 coisas sobre euzinha

Aceitando o desafio da Jac, aqui vão 7 fatos da minha vida:
1- Sou ansiosa demais, sou radical demais, sou estressada demais. Comigo ou é 8 ou 80, não tem 79.
2- Tenho uma TPM que é de lascar! Tem vezes que nem eu me suporto. Mas apesar de tudo, sou legal.
3- Adoro ficar horas na net, seja batendo papo com amigos, seja escrevendo, baixando músicas, etc, etc.
4- Morro de saudades da minha família e dos meus amigos de Fortaleza. Penso neles todos os dias.
5- Adoro receber carinho e de ser surpreendida.
6- Odeio gente que é puxa saco, falso moralista e cheio de frescuras.
7- Adoro dirigir em alta velocidade e ouvindo música alta. Me relaxa.
Não vou passar essa corrente para ninguém, porque um bocadinho de gente já participou dele.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ser ou ser?


Gosto de ser assim, sempre responsável, mas as vezes inconsequente. Ter juízo e ser um tanto insano. De amar a liberdade, mas gostar de dar rédeas. Gostar de cuidar, mas gostar mais ainda de ser cuidada. De ser palhaça, mas falar sério. Ser estressada e procurar ter um lado zen. Ser totalmente casual, mas acima de tudo elegante. De gostar de gato e cachorro, mas não de tartaruga e passarinho. De trabalhar com malucos e com crianças. De gastar dinheiro co futilidades e ser econômica. De sair pra farrear nos finais de semana ou ficar em casa enrolada no edredon vendo filme. De dormir abraçada com meu amor e virar para o lado pra ficar de barriga pra baixo no colchão. De ser explosiva e calma em alguns momentos. De ter meus devaneios e meus momentos de lucidez. De ser grosseira, mas carinhosa. De amar demais e amar bastante...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Geometria


A menor distância
entre dois pontosestá na conjunção
de nossos corpos
que se atraem na razão inversa
da razão e do verso.

Beija meus senos
percorre minha hipotenusa
para te perderes no triângulo
molhado sob minhas bermudas
e descobrir minhas incógnitas
me rasgando com teu cateto.

Encaixa teu cilindro
em meu cone que te precisa
e acha, usa e abusa,
descobre o meu ponto G...

Encontra a quadratura do círculo
na curva de meus quadris.

* Escrito por Valentina *

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Acho que foi assim...


Acho que era como uma folha caindo, caindo, caindo sempre em busca de um chão que não vinha, a procura da água que o poço não continha, ali, no espaço de minha queda a me oferecer aos poucos o infinito.Desesperadamente possuído.

Acho que foi assim que eu me apaixonei por você.

Acho que foi assim como uma única nota a repetir, tentando se libertar da prisão de ser sempre o mesmo som e tão diferente, ecoando pelos labirintos da minha alma, batendo pelas paredes do meu corpo, contando e recontando o mistério que é carregar alguém dentro de si.

Acho que foi assim...Tão de repente como foi esperado, tão novo quanto gasto, tão leve como pesado o jeito que meu coração começou a bater esquisito como se quisesse afastar de seu interior algo estranho mas com medo de que sem ele nunca mais pudesse voltar a funcionar novamente.

Acho que fui me perdendo nesses pensamentos, falando e falando seu nome, convencido que tinha achado a palavra mágica que abriria a porta lacrada, que me transformasse num super-herói, que abrisse o mar ou fizesse cair alimentos do céu, ou melhor, ou mais ainda, a palavra pela qual Deus se chama.

Acho que foi assim e às vezes não acho, pois essa é a essência desse amor, deixar dúvidas como quem duvida da vida.

Acho que foi isso que senti quando deixei você ir naquela tarde que nunca mais anoiteceu em mim. Mas também acho que foi por isso que mais do que continuar apaixonado eu fiquei encantado para sempre... por você.

Acho que foi assim...


* Cláudio Rabello *

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

De volta para casa



Viajava pela estrada coberta pela névoa do inverno. Odiava dias frios. Deixavam-lhe ainda mais deprimida. Já estava quase amanhecendo. Alguns raios de sol tentavam ultrapassar a neblina. Ao avistar a placa, viu que só faltavam alguns quilômetros para finalmente chegar em casa. Alívio. Sua missão estava quase cumprida. O caminho praticamente já havia sido percorrido. Só não sabia por qual caminho andava o seu coração. Este se perdera há muito tempo e ainda não sabia como voltar para casa.

Avistou a entrada da cidade. Ao seguir por aquela reta, relembrou-se dos velhos tempos em que andava por ali. O caminho envolto pelos pinheiros não mudara. Sentiu a velha sensação de que as árvores iriam lhe devorar naquela imensidão de pista. E essa reta que não acaba nunca? Ao ver a praça, dobrou a esquerda. A igrejinha já anunciava com o badalar dos sinos a missa das 6 horas. Senhoras andando com terços na mão, agasalhadas e com a bíblia debaixo do braço. Uma jovem passava com seu carrinho vendendo cafezinho, chá e chocolate quente para aquecer aquela manhã fria. Logo adiante, dobrou a direita. Aos poucos a cidade estava despertando para um novo dia. Crianças na rua caminhando em direção a escola. O moço do leite com aqueles galões recém tirados das vacas das fazendas da região, levando para a padaria para ser vendido. Até lembrou do cafezinho com o leite que bebia na casa da avó bem cedinho, com aquele pão de queijo que só ela fazia. Chegou a sentir o cheiro até. Ao avistar a mangueira, foi encostando o carro.

Abriu o portão e entrou na casa. Nada havia mudado. As roseiras que havia plantado estavam carregadas de botões de rosas. O pé de pitanga estava viçoso, lindo de dar gosto. Os vasinhos coloridos ainda enfeitavam a janela branca. Pegou a chave, abriu a porta e entrou em casa. Abriu as janelas. Automaticamente tirou o sobretudo, tirou as botas, deixou as chaves e a bolsa em cima da mesa e foi direto para o quarto. A cama ainda estava com a colcha francesa branca bordada. As cortinas de linho cor de amora balançavam levemente com o vento frio.

Deitou-se. Relembrou de todos os momentos vividos ali. Sim, foram felizes! Tempos que não voltam mais. Sempre fora assim, nostálgica.

Por muito tempo pensou aonde foi que deu errado. Cansou de buscar as respostas. Resolveu fazer o caminho inverso. Decidira voltar no intuito de juntar os traços, os laços, as lembranças, mesmo que parecesse sem sentido. Então pensava: aonde estava o seu coração? Talvez estivesse subindo as montanhas da região. Talvez estivesse sobre as nuvens, flutuando em seus delírios. Talvez estivesse enterrado sobre os calçamentos daquela cidade, esperando ser achado para reconstruir sua história. Talvez estivesse perdido lá na estação de trem, esperando a Maria-fumaça apitar, despertando a paixão vivida sobre os seus trilhos. Talvez esteja aqui do lado, nos versos do trovador da região, nas entrelinhas recitadas para as menininhas com olhos enamorados, querendo se apaixonar.

Respirou fundo. Chegou a uma conclusão. Seu coração, apesar de perdido, estava bem. Estava ainda procurando as respostas que tanto queria, porém permanecia abrindo os caminhos, aparando as arestas para voltar a trilhar o caminho que só o amor pode levar...

E assim, adormeceu em paz consigo mesma.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sonetos de amor


Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para comerçar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.


* Pablo Neruda *

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Esclarecimento

Tem gente que pensa que tudo o que a gente coloca no blog é porque está acontecendo na nossa vida. Claro, tem momentos que a gente até coloca o nosso estado de espírito ou emite opiniões, mas nem tudo que coloco aqui acontece comigo. Até evito, porque não gosto de expor a minha vida particular assim, para todos. Escuto músicas, leio, observo as pessoas, penso em assuntos que minhas amigas falam comigo e escrevo. Por favor, sem pré-julgamentos ok? Apenas quero exercitar a minha capacidade de escrita, que não é das mais rebuscadas ou detalhistas, já que não sou escritora, mas que gosto de fazer. Sempre gostei. E para mim, é algo que me dá muito prazer, como ler, ouvir música, namorar...

Para você: Não me julgue pelo que está aqui e sim pelo o que eu sou. Mas se você não tem mais certeza do meu caráter ou do meu amor por você, isso só me entristece.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ao anoitecer

Foto: Sweetcharade

E ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão deixas viver sobre a pele uma criança de lume e na fria lava da noite ensinas ao corpo a paciência o amor o abandono das palavras o silêncio e a difícil arte da melancolia.
* Al Berto *

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

What do you not now

Foto: Sweetcharade

Enquanto você estava a procura de alguém para se divertir, eu estava na minha. Enquanto você me cantava, eu estava na minha. Enquanto você tentava me seduzir, eu estava na minha. Quando você mostrou o seu lado homem sensível e que se importa com as coisas da vida aí sim eu passei a te olhar diferente. Quando provei teu beijo, passei a te olhar diferente. Quando passei a pensar em você e a suspirar pelos cantos, você fugiu de mim. Idiota. E eu que sempre fingia estar indiferente. Lógico. Porque no fundo no fundo, nunca poderia haver envolvimento entre nós dois. Porque quando a gente se apaixona, tudo fica mais difícil, não enxergamos as coisas com clareza, enxergamos com o coração e isso não combina com o meu jeito de mulher descompromissada, que não deve nada a ninguém. Mas esse deslize que eu cometi você nunca vai saber. Você não sabe a oportunidade que perdeu com o meu momento de fraqueza. Agora quem não quer sou eu.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mocassins

Foto: Graça Loureiro

"Antes de julgares uma pessoa, caminha durante três luas com os seus mocassins. (...) Vistas de fora, há muitas vidas que parecem falhadas, irracionais, loucas. Enquanto se está de fora, é fácil compreender mal as pessoas, as suas relações. Só de dentro, só caminhando durante três luas com os seus mocassins é que se pode compreender as motivações, os sentimentos, aquilo que faz agir uma pessoa de uma forma e não de outra. A compreensão nasce da humildade, não do orgulho do saber."
* Susanna Tamaro in "Vai aonde te leva o coração" *

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Verdades


Entre nós dois não há cobranças, não há frescuras. Não precisamos provar nada para ninguém, nem pra nós dois. Não existem meias palavras. O seu olhar pra mim, entre todos já me diz tudo e é justamente ele que me arrepia, que me faz sentir mais vontade de você. Sua sutileza, seu ar discreto combina com o meu ar blasê. O jeito que você me beija combina com o meu desejo, o jeito que você me pega combina com os arrepios que eu sinto, a forma que você me possui é do jeito que eu quero. E é por isso que a gente se dá tão bem.

Soundtrack: Ana Carolina - Ruas de Outono

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Classificados


Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.


* Clarice Lispector *


--> Porque essa alegria é o estado da minha alma. Simples assim!